Entre dois restaurantes tradicionais da cidade de Olhão, no Algarve, encontramos o 7imeio, um bar que também é restaurante e destaca-se no panorama algarvio pela diversidade de conceitos a ele associado.

Há uns anos, naquele mesmo local, funcionava o Arts Bar, cujo proprietário era inglês. Na altura, Pedro Rodrigo, hoje responsável pelo espaço, era um dos empregados de serviço. Numa manhã atípica, acedeu ao desafio do antigo patrão de ficar responsável pelo bar. E foi uma boa decisão, recorda. Afinal faltam pouco mais de duas semanas para o quarto aniversário do 7imeio e o negócio corre de vento em popa, garante Pedro.

O algarvio de 33 anos sempre esteve ligado ao mundo da hotelaria. O restaurante dos tios em Monte Gordo preparou-o para o real mundo do trabalho e para os quatro anos do curso de restaurante e bar, na Escola de Hotelaria do Algarve. Pelo bar sempre sentiu uma conexão especial. Foram muitos os concursos ganhos, na altura. Talvez por isso, no último ano escolar, já contava com seis propostas de trabalho. A primeira paragem foi Vilamoura e depois Porto. A falta “da sua gente” fê-lo regressar a casa. Antes de surgir o 7imeio, abriu na mesma rua O Catita, projeto que acabou por deixar pouco tempo depois. Para muitos, sete e meio é a medida de um copo de vinho (0,75 ml). Mas na verdade o nome surge de uma lata… de tinta. “Quando fui escolher as cores do espaço, perguntei à empregada se determinada lata era de litro. E ela respondeu-me que era de sete e meio e, nesse momento, houve um clique na minha cabeça”.

Uma diversidade de conceitos

O 7imeio foi pensado pela lacuna de ‘wine bar’ na cidade. Inicialmente as coisas eram diferentes. As tapas de agora eram apontamentos. Com o tempo, veio a necessidade de acrescentar valor às tapas que não sendo regionais sofrem influências de produtos locais, como são exemplos o ‘Polvo, morcela, batata doce de Aljezur’ (7,75€) ou a ‘Chamuça de cavala em molho de gengibre e caril’ (2,75€).

Aos poucos e poucos, o projeto solidificou-se. Uma parte importante desse processo foi a introdução da cozinha japonesa, nomeadamente do sushi, na altura chefiada por William Santos, vencedor da 1.ª edição do Global Sushi Challenge em Portugal. Hoje, na carta há uma variedade de 23 peças, com preços entre os 6 e os 12€. Além dos combinados de 12 por 14,50€ e 26 a 33€.

Mas às tantas não serão demasiados conceitos num só? “Não. Resulta tudo bem”. Este bar-restaurante abre ao 12h, todos os dias. Um bar aberto ao almoço? Sim e há três menus de almoço diários com preços que variam entre os 6,5€ e 10€.

O interior do bar. Foto: DR

O interior do bar. Foto: DR

A noite traz os cocktails

O espaço divide-se em dois andares. As mesas dispostas distribuem-se à entrada. Não é preciso olhar muito à volta para ver o bar de sushi, com peixe fresco na vitrine. Já o bar de bebidas mora no andar de cima, um espaço pequeno, reformulado recentemente e pensado para os clientes que apenas querem aproveitar o seu cocktail. Na decoração do 7imeio nada tem a ver com nada. Palavras do proprietário. “Estou sempre a mudar a decoração. Sempre que volto de uma viagem acrescento pormenores”

Em 2013, à data de abertura do espaço, o panorama do bar era diferente. No entanto, Pedro não nega o visível crescimento do setor ao longo dos anos. Porém ainda há um longo caminho a seguir. “Portugal não tem cultura de cocktails. Por outro lado, as pessoas já estão mais predispostas a dar mais dinheiro por uma bebida. E a moda do gin há uns anos veio ajudar nesse sentido”.

O conceito de bar ganha vida depois dos jantares e da música em disco de vinil a soar nos nossos ouvidos. O som aumenta perto da meia noite e aí quem manda é Diogo Santos, o bartender de serviço. Na carta destacam-se as criações clássicas e de autor, como ‘Casamento Perfeito’ (7€), ‘Amélia’ (7€), ‘Lady in Red’ (6€), ‘Mai Tai’ (6€) ou ‘Cosmopolitan’ (6€). Daiquiris e caipirinhas aqui não entram. “Mantemos o Mojito por ser uma bebida muito pedida. Mas nós tentamos fazer uma apresentação diferente e mais ao nosso estilo”. Não se admire, se numa noite encontrar o proprietário a fazer uns shakes atrás do bar. “Gosto muito de estar ali. Mas tento-me focar cada vez mais na gestão”. Como bar de vinho que é oferece ainda 23 referências a copo mais as 30 sugestões de garrafa. Nesse sentido, o algarvio confessa existir mais propensão, por parte dos clientes, para “o vinho do que o cocktail”.

Olhão está a crescer. E Pedro Rodrigo sabe disso. Há duas semanas abriu uma gelataria, Davvero, mesmo ali a poucos metros do bar. Agora é sócio da marca com presença em outras cidades do país como Aveiro, Lisboa e Cascais. A aceitação diz ter sido ótima. Pedro não para e tem na mente, bem guardada, a ideia de abrir em breve um bar e um restaurante. A localização, essa, ainda é segredo. É esperar para ver. Enquanto isso, era um mojito por favor!

Contatos:

Morada: Av. 5 de Outubro 36,
8700-302 Olhão
Telf.: 965 258 266

Aberto todos os dias das 18h às 4h.