Depois de várias manifestações “A Pão e Água”, ao longo do último mês em Lisboa, Porto e Faro, Ljubomir Stanisic, José Gouveia e Manuel Salema decidiram fazer greve de fome. Desde 27 de novembro que os responsáveis estão acampados em frente à Assembleia da Republica, em Lisboa, no aguardo que o Governo tome uma posição de apoio para com aos setores da restauração, bares, discotecas, turismo, eventos, entre outros.
A decisão de iniciarem uma greve de fome por parte dos empresários que representam o movimento foi feita logo após estes terem sido recebidos na tarde sexta-feira, dia 27 de novembro, na Casa Civil da Presidência da República. A reunião surgiu na sequência de um pedido de audiência, enviado pelo movimento dia 16 de novembro, endereçado ao Presidente da República, Primeiro-Ministro e Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital. A única resposta obtida foi do Gabinete da Presidência da República. Na reunião, o movimento expôs as suas ideias e propostas, solicitando que o Presidente intercedesse urgentemente a favor do setor. À falta de respostas na saída da reunião, os responsáveis instalaram-se em tendas em frente à Assembleia, em forma “protesto e em solidariedade por todos aqueles que, neste momento, não têm já o que comer. Pelos 43% de nós, empresas de restauração e similares, que ponderam avançar para a insolvência. Pelos 19% de nós, empresas de alojamento turístico, que ponderam fechar as portas. Pelos que ficaram pelo caminho. Pelos mais de 49 mil empregos perdidos no setor da restauração e hotelaria durante o terceiro trimestre de 2020. Por todos os que perderão o emprego, o sustento, a comida na mesa se as ajudas não chegarem”, pode ler-se em comunicado oficial.
Atualmente está a decorrer (aqui) uma petição do movimento por uma audiência com o Primeiro-Ministro ou o Ministro da Economia e já conta com mais de 2000 assinaturas. Há minutos, na sua conta de Instagram, Stanisic revelou que hoje, dia 30 de novembro, recebeu uma resposta do Ministro de Economia de que a AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal seria a entidade que iria receber o movimento para uma reunião futura. No entanto, o chefe do grupo 100 Maneiras insistiu ser importante reunir com o Governo diretamente e pediu: “Assinem esta petição para termos o número de assinaturas suficientes para que o Governo nos receba.”

Perante as dificuldades que os setores apresentam, lembre-se o manifesto do movimento “A Pão e Água” que propõe as seguintes medidas:
- Apoios financeiros a fundo perdido de maneira a compensar os prejuízos acumulados ao longo de oito meses, para o setor dos bares e discotecas, eventos, restauração, comércio e todos os fornecedores diretos e indiretos;
- Apoios à restauração e comércio pela redução de horário;
- Reposição do horário de funcionamento de restaurantes, bares e comércio local;
- Isenção da TSU até 30 de junho de 2021;
- Apoio ao pagamento das rendas;
- Redução da taxa de IVA até 31 de dezembro de 2021;
- Injeção direta de fundos nas empresas sem a exigência de ter as finanças e a segurança social em dia;
- Lay-off para sócios-gerentes independente do facto de terem uma ou mais empresas e acumular trabalhar por contra de outrem, uma vez que faz desconto em todas elas;
- Pagamento de IVA automaticamente aprovado em seis prestações;
- Apoios reais a fundo perdido à manutenção de postos de trabalho;
- Apoio às tesourarias das empresas a fundo perdido;
- Reforço imediato das linhas de crédito, retirando limitação de acesso às novas linhas a quem já recorreu às linhas anteriores;
- Isenção de impostos nas rendas dos imóveis arrendados, durante o período de proibição de exercício de atividade;
- Prolongamento dos contratos de arrendamento, caso sejam a termo, por mais três anos;
- Prolongamento dos apoios da segurança social aos trabalhadores independentes.
Novas atualizações sobre o movimento “A Pão e Água” podem ser acompanhadas na conta de oficial de Instagram, aqui.